quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Oliveira Silveira

Vocês conhecem o poeta Oliveira Silveira?
Não!!! Então vamos pesquisar.

Sugestões de materais para a pesquisa:

* Cadernos Negros. São Paulo: Ed. Quilombhoje, 1982/2000.

* Geledés Instituto da Mulher Negra. Disponível em: < http://www.geledes.org.br/oliveira-silveira/ >. Acesso
Em: 07 out.2009.

Pai João

Pai João - Jorge de Lima


Pai João secou como um pau se mraiz. -
Pai João vai morrer.
Pai João remou nas canoas -
Cavou a terra.
Fêz brotar do chão a esmeralda,
Das fõlhas - café, cana, algodão.
Pai João cavou mais esmeraldas.
Que Pais Leme.

A filha de Pai João tinha peito de
Turina para os filhos de Ioiô mamar:
Quando o peito secou a filha de Pai João
Também secou agarrada num
Ferro de engomar.
A pele de Pai João ficou na ponta
Dos chicotes.
A fôrça de Pai João o branco
A mulher de Pai João o branco
A roubou para fazer mucamas.
O sangue de Pai João se sumiu no sange bom
Como um torrão de açúcar bruto
Numa panela de leite. -
Pai João foi cavalo pra os filhos de Ioiô montar
Pai João sabia histórias tão bonitas que
Davam vontade de chorar.

Pai João vai morrer.
Há uma noite lá fora como a pele de Pai João.
Nem uma estrêla no céu.
Parece até mandinga de Pai João.

sábado, 3 de outubro de 2009

Jorge de Lima

Jorge de Lima nasceu em 1893 em União, Alagoas, perto da Serra da Barriga, onde Zumbi fundou seu famoso quilombo. Aos dez anos, passou a escrever para um jornal de seu colégio, onde publicou os poemas que fazia desde os sete anos.
Jorge de Lima estudou medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. Ainda estudante, publicou seu primeiro livro, "XIV Alexandrinos". Exerceu as funções de médico e ocupou diversos cargos públicos no estado de Alagoas.
Nos anos 1920 publicou vários livros de poemas, entre os quais "O Mundo do Menino Impossível" e "Essa Negra Fulô", que é o título de seu poema mais conhecido. Em 1930 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou na Universidade do Brasil e na Universidade do Distrito Federal. Em 1935 foi eleito vereador, ocupando depois a presidência da Câmara dos Vereadores.
Em 1935, Jorge de Lima converteu-se ao catolicismo e muitos de seus poemas passaram a refletir sua religiosidade. Publicou nesta época várias obras, entre elas "Tempo e Eternidade", "Invenção de Orfeu" e "Livro de Sonetos". Recebeu em 1940 o Grande Prêmio de Poesia, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
Certa vez, sendo entrevistado para um jornal, em 1952, Jorge de Lima se definiu com singeleza: "Tenho um metro e 68 de altura, 59 quilos e meio e uso óculos. Sou meio careca e meio surdo. Sou católico praticante e meu santo é São Jorge. Visto sempre cinza e acordo às quatro da manhã, com os galos e a aurora. (...) Minha leitura predileta é poesia.(...) Sou casado, tenho dois filhos e quatro netos. Gosto de pintar, esculpir e compor.
"Os versos de Jorge de Lima figuram entre os mais importantes do modernismo brasileiro. O autor publicou também romances, ensaios e peças de teatro. Tendo tido formação autodidata em artes plásticas, publicou também o álbum de fotomontagens "A Pintura em Pânico", com prefácio do poeta Murilo Mendes.


Fonte: Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u591.jhtm. Acesso em 07 de out. 2009.